sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Bons companheiros

Em breve, Dualib e Kia soprarão as velinhas para comemorar dois anos de união entre o Corinthians e a MSI. O casamento, pelo menos é o que diz o contrato, deverá durar mais 8 anos, embora nem tudo sejam flores. Dizem por aí que o casal tem brigado desde a lua-de-mel e se esforça para manter as aparências.

Para conquistar Dualib, Kia mostrou uma poupança recheada e outros dotes. Nem precisou justificar como tinha conseguido tanto dinheiro com pouco mais de trinta anos (?) e nem apresentou seus documentos iranianos, ingleses, russos ou de qualquer outra nacionalidade.

No Brasil, Kia encontrou um terreno fértil para conseguir aquilo que queria. Com a baixa instrução do povo brasileiro, a nossa convivência pacífica com a corrupção e o nosso pouco costume de questionar o que parece incorreto, o iraniano viu no futebol uma larga oportunidade de multiplicar o seu dinheiro. Porque aqui no Brasil, o futebol se tornou uma porta aberta até para tornar o dinheiro legal quando é ilegal.

Assim, para a união entre ele e Dualib ser possível, Kia só precisaria prometer mundos e fundos. Mexeu justo nas feridas de cada corinthiano: a construção de um estádio e a conquista da Libertadores. Sonho antigo e promessas de novos tempos que fizeram boa parte da nação corinthiana fechar os olhos tanto para a fonte de renda da MSI quanto para o fato de Dualib ter quase arrendado o nosso patrimônio. O Kia, que nunca tinha entrado em um estádio, poderia opinar e ter a decisão final nas questões que permeassem o futebol do Corinthians.

Parece que esse é um dos motivos da briga entre o casal: na hora de assinar o contrato, Dualib esqueceu que sem as decisões do futebol sobraria a ele a administração da bocha, das piscinas e dos campeonatos de dominó disputado entre os fiéis associados do Parque São Jorge que resistiram à decadência das instalações do clube depois de tantos anos de uma péssima gestão. O outro motivo de briga é que Kia manda tanto na relação que decidiu cortar o cartão de crédito. Dualib gastava demais com os netos.

O fruto gerado por Dualib e Kia é um elenco que, a princípio, parecia promissor. Foi investido dinheiro em craques que dificilmente teríamos com o pouco crédito que Dualib, sozinho, tinha na praça. Mas Kia mimou tanto a criança que, com quase dois anos, ela não faz a sujeira no peniquinho. Ele coloca a culpa em Dualib, e este se defende alegando que o elenco não o obedece. Atletas contratados pela MSI só obedecem ao Kia e atletas surgidos no Corinthians só querem o colo do Dualib.

Com a desunião do grupo, a falta de pulso e o descaso dos pais, tanta birra e tanta manha, alguns sonhos começaram a ruir. Quem acreditava na Libertadores, deu adeus a ela em um episódio lamentável no Pacaembu. E o pesadelo não terminou por aí: o Corinthians, que é o que verdadeiramente importa para 25 milhões de torcedores, ficou em último plano para Kia e Dualib e segura a lanterna do Campeonato Brasileiro.

A questão é que quando a situação foge do controle, o Kia foge de um lado e o Dualib foge de outro. Um vai para a Europa, troca de nome e não quer nem saber de ligações vindas do Brasil. Outro assovia, olha para cima e constrói quadras de futebol society porque o futebol profissional não é de sua alçada.

Se depois de dois anos, o fruto dessa união é isso o que todo corinthiano está vendo e sentindo na pele, imagine depois de dez anos, quando a criança terá se tornado um adolescente-problema.

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